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O choro repetido de Rosa Dalmolin Minella representa saudade. Um sentimento que vem, aos poucos, suprindo a dor da perda de uma pessoa querida. Há um ano, ela estava em casa quando viu a filha ser atropelada na calçada. Poucas horas depois, no Hospital Ruth Cardoso, em Balneário Camboriú, Elisa Mara Santana, não resistiu aos ferimentos e morreu aos 46 anos.
O caso comoveu Camboriú, já que Elisa era muito conhecida na cidade. Duas vezes miss Balneário Camboriú, a ex-modelo teve como destino um fim trágico, causado por um motorista que desrespeitou as leis de trânsito.
— São 12 meses em que choro quase todo dia. Só mesmo a fé para me manter forte. E essa força vem lá do alto — diz dona Rosa, olhando para o céu.
Sentada no sofá da sala, a aposentada conversa de cabeça baixa. A visão da janela ao lado é exatamente a do muro em que o carro acabou prensando a filha. Uma cena que não lhe sai da cabeça dela.
— Ela deixou o carro do outro lado da rua e se segurava na cerca quando me chamou para abrir o portão. Não deu tempo nem de pegar o controle que estava no bolso. Logo ouvi um estrondo, mas demorei para ver o que tinha acontecido — lembra.
Vida de modelo
A simples menção ao nome da filha deixa os olhos de Rosa cheios de lágrimas. Apesar disso, dá para sentir o orgulho de mãe quando ela descreve a filha Elisa como uma mulher simples, que valorizava as origens e os amigos. Nem mesmo a carreira de modelo, impulsionada pelos dois títulos de Miss Balneário Camboriú na década de 1980, tirou a humildade da filha.
Durante 10 anos, Elisa morou em São Paulo e chegou a trabalhar com estrelas como Xuxa e Silvio Santos. Voltou para Santa Catarina por um pedido da mãe. E antes de morrer, deixou o prédio que construiu ao lado da casa da família para o único filho, hoje com 19 anos.
Ele prefere não falar sobre o que aconteceu. Dona Rosa diz que as fotos da época em que a filha trabalhou como modelo foram guardadas pela própria Elisa no sótão. E de lá nunca saíram. Sobre o fato de o motorista que provocou o acidente estar solto, Rosa mais uma vez prefere professar a fé que a mantém firme.
— Eu acredito na justiça de Deus. Ela é a mais certa. O que aprendemos é que ninguém deve sair por aí dirigindo depois de beber. É preciso ter cuidado — opina.
Motorista responde em liberdade
O motorista que causou o acidente que matou Elisa Mara Santana, Claudinei Macedo, hoje com 28 anos, chegou a ser preso em flagrante, mas atualmente responde ao processo em liberdade. O advogado Julyo Cesar Conte, de Itapema, explicou que acompanhou o caso até a soltura do suspeito e que agora apenas Anderson Luiz Batista Ribeiro é responsável.
Claudinei voltou para Guarapuava (PR), onde nasceu, e o defensor dele também é do Paraná. A reportagem tentou falar com Anderson nos telefones que se encontram no site da OAB/PR, mas não foi possível encontrá-lo.
Depois do acidente, foram localizadas algumas latas de cerveja vazia dentro do carro que Claudinei dirigia, um Logus com placas de Foz do Jordão (PR). Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas o casal que também estava no carro confessou que todos haviam bebido.
Além disso, testemunhas disseram que ele estava em alta velocidade. Claudinei responde por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Ainda não há data para julgamento ou nem mesmo uma decisão sobre a forma que o procedimento será feito.
Fonte: O SOL DIÁRIO
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