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Está prevista para esta quinta-feira a sentença de Lindemberg Alves Fernandes, 26 anos, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel em apartamento no mês de outubro de 2008.
Após os debates de uma hora e meia para a acusação e uma hora e meia para a defesa (a acusação fazia a sua primeira exposição às 22h de quarta-feira), além da réplica e da tréplica. Somente depois disso, os jurados vão dar seu parecer e, na sequência, a juíza lerá o veredicto.
O depoimento de Lindemberg durou cinco horas e 20 minutos e ocorreu no terceiro dia de seu julgamento, na quarta-feira. O réu falou abertamente sobre as cerca de 100 horas em que manteve a garota em cárcere privado dentro do apartamento onde ela morava, em Santo André (SP).
— Eu atirei. Depois da explosão da porta, Eloá fez um movimento de se levantar e, sem pensar, eu atirei — admitiu.
Ele se recusou a responder a apenas uma única pergunta da acusação: sobre qual era o relacionamento dele com o pai de Eloá. De resto, respondeu a todas as questões feitas pela juíza Milena Dias, pela promotora Daniela Hashimoto e os dois advogados assistentes da acusação.
Seu depoimento foi classificado pela promotora como "claro, constante e calmo". Havia uma expectativa porque ele tinha o direito constitucional de permanecer em silêncio, como já havia feito na polícia e na própria Justiça. Lindemberg disse que decidiu falar até em respeito à família da ex-namorada, a quem fez questão de pedir perdão por duas vezes.
— Não sei se eles estão aqui, mas peço perdão.
O agora réu-confesso é acusado de 12 crimes e pode pegar até cem anos de prisão. Pela versão apresentada por Lindemberg, ele assume dois deles: homicídio de Eloá e o cárcere privado da ex-namorada. Pelo depoimento de Lindemberg, o crime não foi premeditado. A arma ele disse ter comprado de um conhecido para se defender de ameaças que vinha sofrendo.
Lindemberg falou que havia reatado o namoro de dois anos de três meses com Eloá, mas foi visitá-la no apartamento e se surpreendeu quando viu Nayara, Iago, namorado dela, e especialmente, Victor. Questionou a menina de quem ela era e perguntou ao menino se eles tinham algo e ela afirmou que eles haviam se beijado. Isso fez com que ele ficasse irritado e, ao ouvir gritos de Eloá, mostrou a arma que trazia com ele.
Depois, a situação se agravou com a chegada da polícia. Ele disse que ficou com medo de ser morto, pois não confiava na PM. Eloá, segundo ele, também teria ficado preocupada com a chegada da polícia e temeu ser morta pelos policiais. Ela teria lembrado do caso do ônibus 174, no Rio de Janeiro, onde uma refém foi morta após ser alvejada pela polícia.
Segundo o réu, por vezes ele e os reféns ouviram música e assistiram TV no apartamento, levando a situação na "brincadeira". Ele afirmou que nenhuma das outras vítimas foi mantida em cárcere privado e que poderiam sair quando quisessem, mas se recusaram porque não queriam deixar a menina para trás.
Ele disse que queria se entregar e estava esperando o melhor momento para isso. Pouco antes da invasão da polícia todos iriam sair. Mas um ato de nervosismo acabou com um desfecho trágico.
Fonte: ZERO HORA
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